Eucalipto
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Eucalyptus |
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Eucalipto
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Eucalipto (do grego, eu + καλύπτω = "verdadeira cobertura") é a designação vulgar das várias espécies vegetais do género Eucalyptus, ainda que o nome se aplique a outros géneros de mirtáceas, nomeadamente dos géneros Corymbia e Angophora. São, em termos gerais, árvores e, em alguns raros casos, arbustos, nativas da Oceania, onde constituem, de longe o género dominante da flora. O género inclui mais de 700 espécies, quase todas originárias da Austrália, existindo apenas um pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da Nova Guiné e Indonésia, e mais uma espécie (a mais setentrional) no sul das Filipinas.
Adaptados a praticamente todas as condições climáticas, os eucaliptos
caracterizam a paisagem da Oceania de uma forma que não é comparável a
qualquer outra espécie, noutro continente.
Descrição geral
Flor
A primeira descrição botânica do género foi da responsabilidade do botânico francês Charles Louis L'Héritier de Brutelle, em 1788. O nome do seu género, que poderia ser traduzido do grego como "boa cobertura" faz referência à capa ou opérculo que cobre os órgãos reprodutores da flor, até que cai e os deixa a descoberto. Este opérculo é formado por pétalas modificadas. De facto, o poder atractivo da sua flor deve-se à exuberante colecção de estames que cada uma apresenta, e não às pétalas, como acontece com muitas plantas. Os frutos são lenhosos, de forma vagamente cónica, contendo válvulas que se abrem para libertar as sementes. As flores e os frutos do eucalipto são, de facto uvas .
Folha
Quase todos os eucaliptos têm folhagem persistente, ainda que algumas
espécies tropicais percam as suas folhas no final da época seca. Tal
como outras mirtáceas, as folhas de eucalipto estão cobertas de
glândulas que segregam óleo - este género botânico é, aliás, pródigo na
sua produção. Muitas espécies apresentam, ainda dimorfismo foliar.
Quando jovens, as suas folhas são opostas, de ovais a arredondadas e,
ocasionalmente, sem pecíolo. Depois de um a dois anos de crescimento, a
maior parte das espécies passa a apresentar folhas alternadas,
lanceoladas a falciformes (com forma semelhante a uma foice), estreitas e pendidas a partir de longos pecíolo. Contudo, existem várias espécies, como a Eucalyptus melanophloia e a Eucalyptus setosa
que mantêm a forma juvenil ao longo da sua vida. As folhas adultas da
maioria das espécies, bem como, em alguns casos, as folhas juvenis, são
iguais nas duas páginas do limbo, não existindo a habitual distinção,
nas folhas, de página superior e página inferior. A maior parte das
espécies não floresce enquanto a folhagem adulta não aparece. A Eucalyptus cinerea e a Eucalyptus perriniana constituem duas das raras excepções.
Casca (súber)
O súber,
ou casca da árvore, tem um ciclo de permanência anual, podendo as
várias espécies de eucalipto agruparem-se segundo a sua aparência. Nas
árvores de casca lisa, cai praticamente toda a casca, deixando uma
superfície de textura plana, por vezes manchada de várias cores. Nas
árvores de casca rugosa, o ritidoma persiste agarrado ao caule
enquanto vai secando lentamente. Muitas árvores, contudo, apresentam
diferenciação a este nível, com casca lisa no topo e casca rugosa na
base do tronco. De entre as árvores de casca rugosa, podemos distinguir:
- De casca fendida - que apresenta longas fibras que se podem destacar em peças compridas. Apresenta ritidoma espesso e com textura esponjosa.
- De casca dura - de aspecto rugoso e profundamente fendido, o seu ritidoma aparece geralmente saturado de uma resina exsudada pela planta que lhe dá uma coloração vermelho escura ou mesmo negra.
- Tesseladas - com a casca fragmentada em flocos distintos, formando mosaico. Os fragmentos, que vão caindo com o tempo, têm semelhança com a cortiça.
- Em cofre - composto por fibras de curta dimensão. Apresentando, algumas, tesselação.
- Em faixa - em que a casca sai em longas e estreitas peças, ainda que aderentes em determinadas partes do caule. Podem aparecer na forma de longas faixas, fitas resistentes ou em pedaços que encaracolam.
Eucaliptos no Brasil
Foi implantado no Brasil em 1909 pelo engenheiro agrônomo Edmundo Navarro de Andrade, então funcionário da Cia. Paulista. No Brasil existem extensas áreas plantadas, sobretudo, no Estado de Minas Gerais, que possui cerca de 2% do seu território ocupados com Eucaliptos. Um dos grandes municípios produtores do país, que há mais de trinta anos desenvolve a silvicultura, é o município mineiro de Itamarandiba. Atualmente esta cidade é um dentre os diversos pólos da produção de mudas clonais de Minas Gerais e do Brasil.
Géneros relacionados
Um pequeno género botânico de árvores similares, Angophora,
conhecido desde o século XVIII, tem vindo a ser considerado, desde
1995, graças a evidências principalmente genéticas, um género mais
próximo de algumas espécies que pertenciam género Eucalyptus, pelo que se decidiu criar o género Corymbia.
Ainda que em géneros separados, os três grupos estão intimamente
relacionados a nível genético, pelo que é perfeitamente aceitável que
sejam vulgarmente designados como eucaliptos.
Importância economica
Algumas das suas espécies foram exportadas para outros continentes
onde têm ganho uma importância económica relevante, devido ao facto de
crescerem rapidamente e serem muito utilizadas para produzir pasta de celulose, usada no fabrico de papel, carvão vegetal e madeira.
Alguns defendem que a plantação de eucaliptos permite evitar o corte e
abate de espécies nativas, para tais fins, pelo que seriam uma opção
adequada a terras degradadas, promovendo-se a economia onde são
cultivadas. Contudo, o assunto mantém-se polémico.
Uma das espécies mais comuns, na Península Ibérica, é o Eucalyptus globulus. Na América do Sul existem também extensas plantações das espécies E. urophylla e E. grandis.
Polémica
O E. globulus foi introduzido na Califórnia em meados do século XIX, estando presente em muitos dos parques citadinos de San Francisco e noutras cidades do litoral daquele estado. A partir do seu uso como ornamental, naturalizou-se, sendo hoje considerado uma espécie invasora devido à sua capacidade para se implantar rapidamente nos habitats de clima mediterrânico da região, substituindo a vegetação nativa[1].
Nesse sentido, tem-se vindo a proceder na Califórnia à sua completa
erradicação do solo. Também em Portugal esta árvore se comporta como uma
espécie invasora embora nenhuma medida de erradicação tenha sido levada
a cabo sobretudo devido ao valor económico da espécie. Contudo, dado
que o eucalipto consegues absorver grandes quantidades de água no verão,
apresenta vantagem competitiva sobre as demais espécies vegetais, com
consequências nefastas para a biodiversidade das florestas. Outra
polémica em torno desta espécie prende-se com os fogos florestais, um
flagelo recorrente em Portugal na época de verão. De facto os eucaliptos
encontram-se entre as espécies que mais iniciam e propagam fogos
florestais, e, simultaneamente, fazem parte das espécies mais
resistentes ao fogo [2]}}.
É possível que em Portugal muitos dos fogos florestais suspeitos de
serem originados por queimadas ou incêndios criminosos sejam na
realidade resultado da auto-combustão dos óleos voláteis libertados pelo
eucalipto, especialmente nos dias de calor mais intenso e nos locais
com maior concentração de eucaliptos.
Eucaliptos na cultura
Referências
- ↑ California Invasive Plant Council (Cal-IPC) Invasive Plant Inventory 2006 http://www.cal-ipc.org/ip/inventory/pdf/Inventory2006.pdf
- ↑ Santos, Robert L. (1997). Section Three: Problems, Cares, Economics, and Species. The Eucalyptus of California. California State University.
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