Engenheiro Agrônomo
O
Engenheiro Agrônomo
é um profissional de nível superior. Seu campo de atuação é vasto,
abrangendo fitotecnia, zootecnia, solos, engenharia rural e meio
ambiente. Para atuar no Brasil, o profissional deve ser registrado no
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia -
CREA.
O dia do engenheiro agrônomo é comemorado em
12 de outubro por causa da primeira regulamentação da
profissão, que aconteceu em 12 de outubro de
1933.
PERFIL PROFISSIONAL
Definição da Profissão
O
Engenheiro Agrônomo é o profissional com formação eclética, capaz de
gerar e aplicar conhecimentos científicos e técnicas agronômicas,
adequadas a uma agricultura racional e integrada à produção vegetal e
animal, tendo uma sólida formação humanística, desenvolvendo consciência
social, econômica, cultural e crítica das atividades pertinentes ao seu
campo profissional, orientando a comunidade onde está inserido e
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do homem.
O
Engenheiro Agrônomo deve ter uma formação generalista, com sólido
embasamento nas áreas fundamentais do conhecimento científico e técnico
relacionado às ciências agrárias e do ambiente, sendo capaz de gerar e
difundir conhecimentos científicos e técnicas agronômicas adequadas à
promover o desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro através de
uma atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas
de ordem humana, produtiva, científica e tecnológica, postando-se
dentro das atribuições que a legislação profissional lhe confere de
forma ética, observando aspectos culturais, políticos, sociais,
ambientais e econômicos, proporcionando um desenvolvimento sustentável e
contribuindo para a melhoria da sociedade.
O constante crescimento do
agronegócio na economia brasileira, responsável pelo aumento das exportações e dos empregos no Brasil, tem valorizado e muito o trabalho do agrônomo.
Área de Atuação
A
área de atuação do egresso do Curso Superior de Agronomia é bastante
ampla, indo desde atividades internas das unidades de produção até as
atividades do meio urbano, incorporando áreas genéricas e específicas do
conhecimento, incluindo esferas do ensino, pesquisa e extensão,
supervisão, coordenação e orientação técnica.
- Estudo, planejamento, projeto e especificação;
- Estudo de viabilidade técnico-econômica;
- Assistência, assessoria e consultoria;
- Direção de obra e serviço;
- Vistoria, perícia, arbitramento, laudo e parecer técnico;
- Desempenho de cargo e função técnica;
- Ensino, pesquisa, extensão, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica;
- Elaboração de orçamento;
- Padronização, mensuração e controle de qualidade;
- Execução de obra e serviço técnico;
- Fiscalização de obra e serviço técnico;
- Produção técnica e especializada;
- Condução de trabalho técnico;
- Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
- Execução de instalação, montagem e reparo;
- Operação e manutenção de equipamento e instalação;
- Execução de desenho técnico.
O desempenho destas atividades refere-se a:
Engenharia
rural, construções para fins rurais e suas instalações complementares;
irrigação e drenagem para fins agrícolas; fitotecnia, melhoramento
vegetal, ecologia e agrometeorologia; zootecnia, melhoramento animal,
agrostologia; recursos naturais renováveis e não renováveis; gestão e
legislação ambiental; defesa fitossanitária; química agrícola;
tecnologia de armazenamento, transformação, beneficiamento e conservação
de alimentos e produtos de origem animal e vegetal (amido, açúcar,
óleos, laticínios, vinhos e destilados); zimotecnia agropecuária;
bromatologia, rações e nutrição animal; pedologia/ edafologia, manejo e
conservação, fertilizantes, corretivos e condicionantes do solo;
sistemas de culturas e de utilização de solo; microbiologia agrícola;
biometria; parques e jardins; moto-mecanização agrícola; implementos
agrícolas; crédito, economia e administração rural; sociologia e
desenvolvimento rural; assistência técnica e extensão rural; políticas
públicas para a agricultura e meio rural; legislação agrária e
profissional.
Atribuições Profissionais Específicas do Engenheiro Agrônomo segundo a Legislação Brasileira.
1. Decreto Federal nº 23.196 de 12/10/1933
Regula o exercício da profissão agronômica e dá outras providências
O
Chefe do Governo provisório da República dos Estados Unidos do Brasil,
na conformidade do Art. 1º do Decreto nº 19.398, de 11 NOV 1930,
DECRETA:
Art.
1º - O exercício da profissão de agrônomo ou engenheiro agrônomo, em
qualquer dos seus ramos, com as atribuições estabelecidas neste Decreto,
só será permitido:
a)
aos profissionais diplomados no País por escolas ou institutos de
ensino agronômicos oficiais, equiparados ou oficialmente reconhecidos;
b)
aos profissionais que, sendo diplomados em agronomia por escolas
superiores estrangeiras, após curso regular e válido para o exercício da
profissão no país de origem, tenham revalidado no Brasil os seus
diplomas de acordo com a legislação federal.
Parágrafo
único - Não será permitido o exercício da profissão aos diplomados por
escolas ou cursos cujos estudos hajam sido feitos por meio de
correspondência.
Art.
2º - Aos diplomados por escolas estrangeiras, que, satisfazendo as
exigências da alínea b do Art. 1º, salvo na parte relativa à revalidação
dos diplomas, provarem, ao órgão fiscalizador, que exercem a profissão
no Brasil há mais de cinco anos e que, no prazo de seis meses, a contar
da publicação deste Decreto, registrarem os seus diplomas, será, por
exceção, permitido o exercício da profissão no País.
Art.
3º - Os funcionários públicos federais, estaduais e municipais que,
posto não satisfaçam as exigências dos artigos 1º e 2º, estiverem, à
data deste Decreto, exercendo cargos ou funções que exijam conhecimentos
técnicos de agronomia, poderão continuar no respectivo exercício, mas
não poderão ser promovidos nem removidos para outros cargos técnicos.
Parágrafo
único - Os funcionários a que se refere este Artigo, logo que se
ofereça oportunidade, poderão, a seu requerimento, ser transferidos para
outros cargos, de iguais vencimentos, para os quais não se exija
habilitação técnica.
Art.
4º - Os profissionais de que tratam os Arts. 1º e 2º deste Decreto só
poderão exercer a profissão após haverem registrado seus títulos ou
diplomas na Diretoria Geral de Agricultura, do Ministério da
Agricultura.
Art.
5º - O certificado de registro ou a apresentação do título registrado
será exigido pelas autoridades federais, estaduais e municipais, para a
assinatura de contratos, termos de posse, inscrição em concursos,
pagamentos de licença ou impostos para o exercício da profissão e
desempenho de quaisquer funções a esta inerentes.
Art.
6º - São atribuições dos agrônomos ou engenheiros agrônomos a
organização, direção e execução dos serviços técnicos oficiais,
federais, estaduais e municipais, concernentes às matérias e atividades
seguintes:
a) ensino agrícola em seus diferentes graus;
b)
experimentações racionais e científicas referentes à agricultura, e, em
geral, quaisquer demonstrações práticas de agricultura em
estabelecimentos federais, estaduais e municipais;
c)
propagar a difusão de mecânica agrícola, de processos de adubação, de
métodos aperfeiçoados de colheita e de beneficiamento dos produtos
agrícolas, bem como de métodos de aproveitamento industrial da produção
vegetal;
d) estudos econômicos relativos à agricultura e indústrias correlatas;
e)
genética agrícola, produção de sementes, melhoramento das plantas
cultivadas e fiscalização do comércio de sementes, plantas vivas e
partes vivas de plantas;
f) fitopatologia, entomologia e microbiologia agrícolas;
g) aplicação de medidas de defesa e de vigilância sanitária vegetal;
h) química e tecnologia agrícolas;
i) reflorestamento, conservação, defesa, exploração e industrialização de matas;
j) administração de colônias agrícolas;
l) ecologia e meteorologia agrícolas;
m) fiscalização de estabelecimentos de ensino agronômico reconhecidos, equiparados ou em via de equiparação;
n) fiscalização de empresas agrícolas ou de indústrias correlatas, que gozarem de favores oficiais;
o) barragens em terra que não excedam de cinco metros de altura;
p) irrigação e drenagem para fins agrícolas;
q)
estradas de rodagem de interesse local e destinadas a fins agrícolas,
desde que nelas não existam bueiros e pontilhões de mais de cinco metros
de vão;
r) construções rurais, destinadas a moradias ou fins agrícolas;'
s) avaliações e perícias relativas às alíneas anteriores;
t) agrologia;
u)
peritagem e identificação, para desembaraço em repartições fiscais ou
para fins judiciais, de instrumentos, utensílios e máquinas agrícolas,
sementes, plantas ou partes vivas de plantas, adubos, inseticidas,
fungicidas, maquinismos e acessórios e, bem assim, outros artigos
utilizados na agricultura ou na instalação de indústrias rurais e
derivadas;
v)
determinação do valor locativo e venal das propriedades rurais, para
fins administrativos ou judiciais, na parte que se relacione com a sua
profissão;
x)
avaliação e peritagem das propriedades rurais, suas instalações,
rebanhos e colheitas pendentes, para fins administrativos, judiciais ou
de crédito;
z) avaliação dos melhoramentos fundiários para os mesmos fins da alínea x.
Art.
7º - Terão preferência, em igualdade de condições, os agrônomos, ou
engenheiros agrônomos, quanto à parte relacionada com a sua
especialidade, nos serviços oficiais concernentes a:
a)
experimentações racionais e científicas, bem como demonstrações
práticas referentes a questões de fomento da produção animal, em
estabelecimentos federais, estaduais ou municipais;
b) padronização e classificação dos produtos de origem animal;
c)
inspeção, sob o ponto de vista de fomento da produção animal, de
estábulos, matadouros, frigoríficos, fábricas de banha e de conservas de
origem animal, usinas, entrepostos, fábricas de laticínios e, de um
modo geral, de todos os produtos de origem animal, nas suas fontes de
produção, fabricação ou manipulação;
d) organização e execução dos trabalhos de recenseamento, estatística e cadastragem rurais;
e) fiscalização da indústria e comércio de adubos, inseticidas e fungicidas;
f) sindicalismo e cooperativismo agrário;
g) mecânica agrícola;
h)
organização de congressos, concursos e exposições nacionais ou
estrangeiras relativas à agricultura e indústria animal, ou
representação oficial nesses certames.
Parágrafo
único - A preferência estabelecida nos serviços oficiais especificados
nas alíneas a, b, c, e h deste Artigo não prevalecerá quando for
concorrente um veterinário ou médico veterinário.
Art.
8º - Nas escolas ou institutos de ensino agronômico, oficiais,
equiparados ou reconhecidos, cabe aos agrônomos ou engenheiros
agrônomos, e, em concorrência com os veterinários ou médicos
veterinários, o ensino das cadeiras ou disciplinas de zoologia,
alimentação e exterior dos animais domésticos e daqueles cujos estudos
se relacionem com os assuntos mencionados nas alíneas a, b, c e h do
Artigo 7º.
Parágrafo
único - Nos estabelecimentos de ensino agronômico a que se refere este
Artigo, sempre que, em concursos de títulos ou de provas para o
preenchimento de cargos de lente catedrático, professor, assistente ou
preparador das demais cadeiras ou disciplinas, for classificado em
igualdade de condições um agrônomo ou engenheiro agrônomo, terá ele
preferência sobre seu concorrente não diplomado ou diplomado em outra
profissão.
Art.
9º - Constitui também atribuição dos agrônomos ou engenheiros agrônomos
a execução dos serviços não especificados no presente Decreto que, por
sua natureza, exijam conhecimentos de agricultura, de indústria animal,
ou de indústrias que lhe sejam correlatas.
Art.
10 - Desde que preencham as exigências da respectiva regulamentação, é
assegurado aos agrônomos e engenheiros agrônomos o exercício da
profissão de agrimensor, sendo, portanto, válidas, para todos os
efeitos, as medições, divisões e demarcações de terras por eles
efetuadas.
Art.
11 - Os indivíduos que exercerem a profissão de agrônomo sem serem
diplomados, ou sem haverem registrado, dentro do prazo de seis meses, no
Ministério da Agricultura, o seu título ou diploma, incorrerão na multa
de 200$ (duzentos mil-réis) a 5:00$ (cinco contos de réis), que será
elevada ao dobro em caso de reincidência.
Art. 12 - Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 11 OUT 1933; 112º da Independência e 45º da República.
GETÚLIO VARGAS
Joaquim Pedro Salgado Filho
Publicado no D.O.U de 30 OUT 1933
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